A Nova Guerra Fria Digital: Celebridades e Creators como Ativos Geopolíticos

2025-08-10
A Nova Guerra Fria Digital: Celebridades e Creators como Ativos Geopolíticos
InfoMoney

O cenário global está em constante transformação, e a influência digital emergiu como um novo campo de batalha. Celebridades e criadores de conteúdo, antes vistos apenas como figuras do entretenimento, estão agora a ser considerados ativos geopolíticos de valor estratégico para países e blocos económicos. Este artigo explora como a crescente importância da economia criativa – que movimentou impressionantes 1,5 biliões de dólares em 2024, ultrapassando a indústria automóvel, segundo a UNCTAD – está a remodelar as relações internacionais e a gerar novas formas de poder.

O Auge da Economia Criativa e a Ascensão dos Creators

A economia criativa, que abrange desde a produção de conteúdo online até à moda, música e artes visuais, tem experimentado um crescimento exponencial nos últimos anos. A ascensão das plataformas digitais e a proliferação de smartphones e internet de alta velocidade permitiram que criadores de conteúdo alcançassem audiências globais sem precedentes. Os creators, com a sua capacidade de moldar opiniões, influenciar comportamentos e gerar tendências, tornaram-se ativos valiosos para empresas, marcas e, cada vez mais, governos.

Influência como Ativo Geopolítico: Um Novo Paradigma

A perceção da influência digital como um ativo geopolítico é relativamente recente. No entanto, a sua importância tem vindo a crescer à medida que os países se apercebem do potencial para usar criadores de conteúdo como ferramentas de soft power. Governos e organizações estão a investir na promoção de narrativas favoráveis, no combate à desinformação e na influência da opinião pública em outros países, através do apoio a criadores de conteúdo que partilham os seus valores e objetivos. Esta estratégia permite uma abordagem mais subtil e eficaz do que os métodos tradicionais de diplomacia.

Exemplos Concretos: A Influência em Ação

Existem vários exemplos de como a influência digital está a ser utilizada como um ativo geopolítico. A China, por exemplo, tem investido significativamente na promoção da sua cultura e imagem através de plataformas de mídia social e parcerias com criadores de conteúdo globais. Da mesma forma, países do Médio Oriente têm usado influenciadores digitais para melhorar a sua imagem e atrair turistas. A Rússia também tem sido acusada de usar creators para disseminar propaganda e desinformação em outros países.

Os Desafios e Riscos da Influência Geopolítica

A utilização da influência digital como um ativo geopolítico não está isenta de desafios e riscos. A falta de transparência e a possibilidade de manipulação são preocupações importantes. É crucial que os criadores de conteúdo sejam transparentes sobre as suas ligações com governos ou organizações, e que os consumidores sejam capazes de distinguir entre conteúdo genuíno e conteúdo patrocinado ou influenciado por interesses políticos.

O Futuro da Influência Digital: Um Cenário em Evolução

A tendência de ver a influência digital como um ativo geopolítico deverá continuar a crescer nos próximos anos. À medida que a economia criativa se torna cada vez mais importante, os países e organizações procurarão cada vez mais formas de usar criadores de conteúdo para atingir os seus objetivos. É essencial que os criadores de conteúdo, os consumidores e os governos estejam conscientes dos riscos e desafios associados a esta tendência, e que tomem medidas para garantir que a influência digital seja utilizada de forma ética e responsável.

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