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Um estudo recente revela uma realidade preocupante no setor de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em Portugal: as mulheres, apesar de representarem uma parcela significativa (22,7%) do setor, continuam a receber, em média, 20% menos do que os seus colegas homens. Esta disparidade salarial, que se mantém em 2024, levanta questões sobre a igualdade de oportunidades e a necessidade de medidas para promover a equidade no mercado de trabalho.

Números e Contexto

Em Portugal, contam-se atualmente 59.600 mulheres a trabalhar no setor das TIC, um número que, embora represente um crescimento, ainda não é suficiente para equilibrar a representação de género. Apesar de representarem 22,7% do setor, a diferença salarial de 20% demonstra um problema estrutural que precisa de ser abordado.

Este cenário não é exclusivo de Portugal, sendo um reflexo de um problema global que afeta o setor tecnológico. A falta de representação feminina em cargos de liderança, a discriminação inconsciente e a valorização diferenciada de competências específicas contribuem para esta disparidade.

Causas e Consequências

As causas da desigualdade salarial são multifacetadas. A começar pela menor presença de mulheres em áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) desde o ensino básico, que limita o número de candidatas qualificadas para as áreas tecnológicas. A cultura organizacional, muitas vezes dominada por modelos masculinos, também pode influenciar a progressão na carreira das mulheres.

As consequências desta desigualdade vão além do impacto financeiro individual. A falta de diversidade de género no setor tecnológico limita a inovação, a criatividade e a capacidade de responder às necessidades de uma população cada vez mais diversificada. Além disso, a desigualdade salarial desmotiva as mulheres a seguir carreiras em TI, perpetuando o ciclo.

O Que Pode Ser Feito?

Para reverter esta situação, são necessárias medidas a vários níveis:

• Promoção da Educação STEM para Meninas: Incentivar o interesse das meninas pelas áreas STEM desde tenra idade, através de programas educativos e modelos de referência.
• Combate à Discriminação Inconsciente: Implementar políticas de recrutamento e promoção que garantam a igualdade de oportunidades, eliminando vieses inconscientes.
• Transparência Salarial: Promover a transparência salarial para que as mulheres possam identificar e contestar disparidades injustificadas.
• Flexibilidade no Trabalho: Oferecer horários flexíveis e opções de trabalho remoto para facilitar a conciliação entre a vida profissional e familiar.
• Mentoria e Apoio à Liderança Feminina: Criar programas de mentoria e apoio para ajudar as mulheres a desenvolver as suas competências de liderança e a alcançar cargos de maior responsabilidade.

A igualdade de género no setor das TIC não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma necessidade económica. Ao promover a diversidade e a inclusão, as empresas de tecnologia podem atrair e reter talentos, impulsionar a inovação e melhorar a sua performance.

É crucial que empresas, governos e a sociedade em geral se unam para criar um ambiente de trabalho mais justo e equitativo para as mulheres em TI, garantindo que elas recebam o reconhecimento e a remuneração que merecem.