Lacuna Crítica: Falta de Alinhamento entre Universidades e Mercado de Tecnologia Ameaça o Futuro do Trabalho em Portugal
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Em Portugal, um alerta soa cada vez mais alto: a comunicação e colaboração entre o mercado de tecnologia e as universidades estão falhando, com consequências graves para a empregabilidade e o futuro do trabalho. Especialistas apontam para uma desconexão preocupante, onde as instituições de ensino não estão a preparar adequadamente os profissionais para as exigências da era digital.
A digitalização acelerada das operações produtivas, impulsionada por tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), está a transformar radicalmente o mercado de trabalho. As empresas necessitam de profissionais com competências específicas em áreas como análise de dados, desenvolvimento de software, cibersegurança e automação, mas o sistema educativo português não está a acompanhar este ritmo.
“Estamos a formar pessoas para um mercado de trabalho que já não existe”, afirma Ana Silva, especialista em recursos humanos e inovação. “As universidades precisam de repensar os seus currículos e estabelecer parcerias mais estreitas com as empresas para garantir que os alunos adquirem as competências que são realmente procuradas.”
Um dos desafios reside na rapidez com que a tecnologia evolui. As necessidades do mercado mudam constantemente, tornando difícil para as universidades manterem-se atualizadas. É crucial que as instituições de ensino adotem uma abordagem mais flexível e adaptável, que permita aos alunos adquirir competências transversais e a capacidade de aprender ao longo da vida.
A ascensão da IA, em particular, está a criar novas oportunidades e desafios. A IA não está apenas a automatizar tarefas repetitivas, mas também a exigir que os trabalhadores monitorem e gerenciem agentes autónomos, o que requer novas competências e habilidades.
Para resolver esta lacuna, é necessário um esforço conjunto entre universidades, empresas e governo. As universidades devem investir em programas de formação profissional mais alinhados com as necessidades do mercado, as empresas devem participar ativamente no desenvolvimento curricular e o governo deve criar incentivos para a colaboração entre os dois setores.
Além disso, é importante promover a educação STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) desde cedo, para despertar o interesse dos jovens pelas carreiras na área da tecnologia. É também fundamental investir na formação contínua dos trabalhadores, para que possam adquirir novas competências e adaptar-se às mudanças do mercado.
A falha em resolver este problema poderá ter consequências negativas para a economia portuguesa, comprometendo a sua competitividade e a sua capacidade de atrair investimento estrangeiro. É urgente tomar medidas para garantir que Portugal tem os profissionais qualificados de que precisa para prosperar na era digital.
Em suma, o futuro do trabalho em Portugal depende da capacidade de alinhar a formação profissional com as exigências do mercado de tecnologia. É um desafio complexo, mas crucial para garantir a prosperidade económica e o bem-estar social do país.