Saúde Integrada: Países Lusófonos Unidos Contra as Doenças Crónicas

Lisboa, 15 de maio de 2025 (Lusa) – Uma nova era na saúde dos países lusófonos está a nascer. Diante do crescente desafio das doenças crónicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, os países africanos de língua portuguesa (PALOP) e Portugal estão a unir esforços numa abordagem inovadora: a saúde integrada. Esta estratégia visa romper com as barreiras entre os diferentes níveis de atenção à saúde, promovendo uma coordenação mais eficaz e centrada no paciente.
O Desafio das Doenças Crónicas
O aumento da prevalência de doenças crónicas é um problema global, mas assume proporções particularmente preocupantes nos PALOP. Fatores como o envelhecimento da população, mudanças nos estilos de vida (alimentação menos saudável, sedentarismo) e a transição demográfica contribuem para este cenário. A falta de recursos e infraestruturas adequadas agrava ainda mais a situação, dificultando o acesso a diagnósticos precoces, tratamentos eficazes e acompanhamento contínuo.
A Saúde Integrada como Solução
A saúde integrada representa uma mudança de paradigma na forma como a saúde é organizada e prestada. Em vez de um sistema fragmentado, com diferentes serviços a atuar de forma isolada, a saúde integrada promove a colaboração entre médicos de família, especialistas, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. O objetivo é criar uma rede de cuidados que garanta uma resposta abrangente e personalizada às necessidades de cada paciente.
Pilares da Saúde Integrada nos Países Lusófonos
- Coordenação dos Cuidados: Garantir que todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento de um paciente estejam a comunicar e a trabalhar em conjunto.
- Atenção Primária Reforçada: Fortalecer o papel da atenção primária como porta de entrada para o sistema de saúde e como centro de coordenação dos cuidados.
- Digitalização da Saúde: Implementar sistemas de informação e tecnologias digitais para facilitar o acesso aos dados dos pacientes, melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde e monitorizar a qualidade dos cuidados.
- Participação Comunitária: Envolver as comunidades locais na definição das prioridades de saúde e na implementação de programas de prevenção e promoção da saúde.
- Formação Interprofissional: Capacitar os profissionais de saúde a trabalhar em equipa e a adotar uma abordagem centrada no paciente.
Benefícios Esperados
A implementação da saúde integrada nos países lusófonos promete trazer inúmeros benefícios, incluindo:
- Melhoria da qualidade dos cuidados de saúde;
- Redução dos custos com doenças crónicas;
- Aumento da satisfação dos pacientes;
- Promoção da equidade no acesso aos cuidados de saúde.
Desafios e Perspetivas Futuras
A transição para um modelo de saúde integrada não é isenta de desafios. A falta de recursos financeiros, a resistência à mudança por parte de alguns profissionais de saúde e a necessidade de adaptar os sistemas de informação são alguns dos obstáculos que precisam de ser superados. No entanto, o compromisso dos países lusófonos com esta abordagem inovadora e o apoio da comunidade internacional abrem caminho para um futuro mais saudável e promissor para a região.
Este esforço conjunto demonstra a importância da colaboração e da partilha de conhecimentos para enfrentar os desafios globais na área da saúde.