Hospitais em Portugal Criticados pela ERS por Desrespeito a Pacientes com Objeções de Consciência a Transfusões

2025-05-23
Hospitais em Portugal Criticados pela ERS por Desrespeito a Pacientes com Objeções de Consciência a Transfusões
Executive Digest

Hospitais em Portugal Criticados pela ERS por Desrespeito a Pacientes com Objeções de Consciência a Transfusões

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) em Portugal, órgão responsável por fiscalizar e garantir a qualidade dos serviços de saúde, divulgou recentemente uma repreensão severa a duas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A razão? Falhas significativas na forma como estas instituições lidaram com pacientes que recusaram transfusões de sangue por motivos de consciência e convicções religiosas. Este caso levanta questões importantes sobre o respeito à autonomia do paciente, os direitos individuais e a ética médica no contexto do SNS.

A ERS, através de um comunicado oficial, detalhou as irregularidades encontradas nas duas unidades hospitalares. A investigação revelou que os hospitais em questão não forneceram o apoio e a informação adequados aos pacientes que manifestaram a sua objeção de consciência a transfusões sanguíneas. Em vez disso, segundo a ERS, foram adotadas posturas que desconsideraram ou minimizaram as convicções religiosas e morais dos pacientes, colocando em risco a sua dignidade e o direito de tomar decisões informadas sobre o seu próprio tratamento.

O direito à autonomia do paciente é um princípio fundamental da ética médica. Significa que cada indivíduo tem o direito de decidir sobre o seu próprio corpo e tratamento, incluindo o direito de recusar intervenções médicas, mesmo que estas sejam consideradas necessárias pelos profissionais de saúde. Quando um paciente manifesta uma objeção de consciência a uma transfusão de sangue, por motivos religiosos, filosóficos ou morais, este direito deve ser respeitado e garantido.

A ERS sublinha que os hospitais têm a obrigação de informar os pacientes sobre as alternativas disponíveis às transfusões de sangue, bem como sobre os riscos e benefícios de cada opção. Além disso, devem garantir que os pacientes compreendem as consequências da sua decisão e que a mesma é tomada de forma livre e informada. A falta destas práticas, como demonstrado no caso em análise, constitui uma violação dos direitos do paciente e uma falha nos deveres de cuidado dos profissionais de saúde.

A repreensão da ERS não se limita à mera correção das falhas identificadas. A entidade reguladora também exige que os hospitais implementem medidas preventivas para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro. Isso inclui a revisão dos protocolos de atendimento, a formação dos profissionais de saúde sobre a importância do respeito à autonomia do paciente e a criação de mecanismos de acompanhamento para garantir a sua efetiva implementação.

Este caso serve como um alerta para a necessidade de uma maior sensibilização e formação dos profissionais de saúde sobre as questões relacionadas com a autonomia do paciente, a ética médica e o respeito às crenças religiosas e morais. É fundamental que o SNS garanta que todos os pacientes, independentemente das suas convicções, sejam tratados com dignidade, respeito e que tenham acesso a informação clara e completa para tomar decisões informadas sobre o seu tratamento.

A ERS reforça o seu compromisso em monitorizar de perto a situação e em garantir que os hospitais cumpram as suas obrigações legais e éticas. A entidade reguladora está disponível para prestar apoio e orientação aos hospitais, a fim de promover uma cultura de respeito à autonomia do paciente e de excelência na prestação de cuidados de saúde.

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