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A utilização de substâncias psicadélicas em contextos terapêuticos tem vindo a ganhar destaque, mas a falta de regulamentação adequada levanta preocupações significativas. Ordens profissionais ligadas à saúde em Portugal expressam a necessidade urgente de uma abordagem cautelosa e baseada em evidências científicas robustas, antes de qualquer liberalização do acesso a estes compostos.

A crescente atenção em torno dos psicadélicos, como a psilocibina (presente em cogumelos mágicos) e o LSD, deve-se aos resultados promissores em estudos preliminares sobre o seu potencial no tratamento de condições como depressão, ansiedade, transtorno de stress pós-traumático (TEPT) e dependências. No entanto, estas substâncias não são isentas de riscos e, sem uma regulamentação adequada, podem colocar em perigo a saúde e o bem-estar dos pacientes.

As ordens profissionais defendem que, antes de serem consideradas para uso terapêutico, os psicadélicos devem passar por rigorosos ensaios clínicos e estudos científicos que comprovem a sua eficácia e segurança. É fundamental que a comunidade científica estabeleça protocolos claros para a administração destas substâncias, a seleção de pacientes e o acompanhamento pós-tratamento.

“Acreditamos que existe um potencial real nos psicadélicos para o tratamento de certas condições de saúde mental, mas é crucial que a sua utilização seja feita de forma responsável e segura”, afirma a Dra. Ana Silva, representante de uma das ordens profissionais envolvidas. “Não podemos permitir que a busca por soluções rápidas comprometa a saúde dos pacientes. A regulamentação deve ser baseada em evidências científicas sólidas e garantir a proteção dos direitos dos pacientes.”

Uma das principais preocupações é a comercialização descontrolada de psicadélicos, que poderia levar à sua utilização indevida e a consequências negativas para a saúde pública. As ordens profissionais apelam para que, caso estes compostos sejam aprovados para uso terapêutico, sejam enquadrados como medicamentos, sujeitos a rigorosas normas de produção, distribuição e prescrição.

A regulamentação de psicadélicos em Portugal é um tema complexo que exige um debate aprofundado entre profissionais de saúde, legisladores e a sociedade em geral. É essencial que qualquer decisão seja tomada com base em evidências científicas, considerando os riscos e benefícios potenciais, e garantindo a proteção da saúde pública.

O futuro da terapia psicadélica em Portugal depende da capacidade de encontrar um equilíbrio entre a inovação científica e a segurança dos pacientes. Uma regulamentação rigorosa e baseada em evidências é o caminho para garantir que estes compostos sejam utilizados de forma responsável e eficaz, em benefício da saúde mental da população.