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A Ordem dos Médicos de Moçambique (OMM) lançou um apelo urgente à sensibilidade e à ponderação face à possibilidade de novas greves no Sistema Nacional de Saúde (SNS). A instituição realça a fragilidade do sistema, já abalado por interrupções anteriores, e adverte para as consequências graves que novas paralisações podem ter sobre a população.

Nos últimos dois anos, o SNS moçambicano tem sido confrontado com momentos de extrema pressão, resultantes de greves convocadas pela Associação Médica de Moçambique (AMM). Estas paralisações, embora compreensíveis face às reivindicações dos profissionais de saúde, têm deixado marcas profundas na capacidade de resposta do sistema e na qualidade dos cuidados prestados.

A OMM reconhece e compreende as preocupações dos médicos e outros profissionais de saúde, nomeadamente no que diz respeito às condições de trabalho, salários e falta de equipamentos. No entanto, a Ordem sublinha que a saúde da população deve ser a prioridade máxima e que a interrupção dos serviços essenciais pode ter consequências devastadoras, especialmente para os mais vulneráveis.

“É fundamental que se encontrem soluções negociadas que garantam os direitos dos profissionais de saúde, mas que também assegurem a continuidade dos serviços e a proteção da saúde da população”, afirmou o presidente da OMM, Dr. Filipe Baptista, num comunicado divulgado esta segunda-feira.

A OMM apela à AMM, ao Governo e a todos os intervenientes para que se sentem à mesa de negociação com urgência, de forma a evitar novas greves e a encontrar soluções duradouras para os problemas que afetam o SNS. A instituição propõe a criação de um diálogo permanente entre todas as partes envolvidas, com o objetivo de monitorizar a situação e antecipar possíveis crises.

A situação do SNS em Moçambique é complexa e multifacetada. Além das greves, o sistema enfrenta desafios como a falta de recursos financeiros, a escassez de profissionais de saúde, a distribuição desigual dos serviços e a falta de infraestruturas adequadas. É preciso um esforço conjunto de todos os setores da sociedade para garantir um sistema de saúde mais justo, eficiente e acessível a todos os moçambicanos.

A OMM reafirma o seu compromisso com a defesa dos direitos dos médicos e com a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde em Moçambique, mas insiste que a saúde da população deve ser sempre a prioridade.

Recomendações da OMM:

• Reforçar o diálogo entre Governo, profissionais de saúde e outras partes interessadas.
• Investir na melhoria das condições de trabalho e salários dos profissionais de saúde.
• Garantir o acesso a equipamentos e medicamentos essenciais.
• Fortalecer a gestão do SNS e a sua capacidade de resposta a emergências.
• Promover a prevenção de doenças e a educação para a saúde.