Greve dos profissionais de saúde na Guiné-Bissau: Uso de militares no Hospital Simão Mendes gera críticas da sociedade civil

2025-06-12
Greve dos profissionais de saúde na Guiné-Bissau: Uso de militares no Hospital Simão Mendes gera críticas da sociedade civil
Radio France Internationale

A Guiné-Bissau enfrenta uma crise no setor da saúde, marcada por uma greve dos profissionais e pela subsequente mobilização de militares para garantir o atendimento aos pacientes. A situação, que se intensificou nos últimos dias, tem gerado debates acalorados e críticas por parte da sociedade civil, que questiona a legalidade e a adequação da medida.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, determinou o reforço do atendimento no Hospital Simão Mendes, principal estabelecimento de saúde do país, com a participação de militares. A medida, segundo o governo, visa assegurar a continuidade do serviço e evitar o colapso do sistema de saúde em meio à greve. No entanto, organizações da sociedade civil expressam preocupação com a utilização de militares em funções que, em sua avaliação, deveriam ser exclusivas de profissionais de saúde qualificados.

Críticas e Questionamentos

A principal crítica reside na falta de preparo dos militares para lidar com situações médicas complexas e na potencial comprometimento da qualidade do atendimento. Além disso, a sociedade civil questiona a legalidade da medida, argumentando que a Constituição da Guiné-Bissau estabelece limites para a intervenção militar em áreas civis. "A mobilização de militares no Hospital Simão Mendes é uma medida paliativa que não resolve o problema de fundo, que é a falta de condições de trabalho e a desvalorização dos profissionais de saúde", afirmou um representante de uma das organizações que tem cobrado explicações do governo.

A Greve e suas Causas

A greve dos profissionais de saúde na Guiné-Bissau é resultado de anos de reivindicações não atendidas, incluindo salários baixos, falta de equipamentos e infraestrutura precária. Os grevistas exigem melhores condições de trabalho, reconhecimento profissional e a garantia de acesso à saúde para a população. A paralisação tem afetado gravemente o atendimento em hospitais e centros de saúde de todo o país, colocando em risco a vida de pacientes.

Diálogo e Soluções

Diante da crise, a sociedade civil tem apelado ao diálogo entre o governo e os grevistas, com o objetivo de encontrar soluções que atendam às exigências dos profissionais de saúde e garantam o acesso da população aos serviços de saúde. É fundamental que o governo ouça as reivindicações dos grevistas e apresente propostas concretas para melhorar as condições de trabalho e valorizar os profissionais de saúde. A mobilização de militares, embora possa ser vista como uma medida emergencial, não deve ser uma solução permanente para um problema estrutural.

A situação na Guiné-Bissau demonstra a importância de investir em saúde pública e valorizar os profissionais que atuam nessa área. A garantia do acesso à saúde é um direito fundamental e um dever do Estado. É preciso que o governo tome medidas urgentes para resolver a crise e assegurar o bem-estar da população.

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