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Apesar da diminuição da fome no Brasil, um alerta soa entre os nutricionistas: a dieta da população ainda carece de diversidade. Não basta apenas garantir o acesso aos alimentos; é crucial que as pessoas tenham acesso a uma variedade de produtos nutritivos e de diferentes origens. A falta de biodiversidade na alimentação pode gerar sérias consequências para a saúde pública e para a sustentabilidade do meio ambiente.

O Problema da Dieta Limitada

Historicamente, a produção e o consumo de alimentos no Brasil foram marcados pela concentração em poucas culturas, como arroz, feijão, milho e carne bovina. Essa dependência de um número limitado de alimentos resulta em dietas desequilibradas, com deficiências de vitaminas, minerais e fibras essenciais para o bom funcionamento do organismo. Além disso, essa monocultura agrícola esgota o solo, demanda o uso intensivo de agrotóxicos e contribui para a perda de biodiversidade.

Impactos na Saúde e no Meio Ambiente

Uma dieta pobre em diversidade está associada a um maior risco de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A falta de nutrientes essenciais compromete o sistema imunológico, a capacidade cognitiva e a saúde mental. Do ponto de vista ambiental, a monocultura agrícola reduz a resiliência dos ecossistemas, tornando-os mais vulneráveis a pragas, doenças e mudanças climáticas.

A Importância da Biodiversidade na Alimentação

A biodiversidade alimentar refere-se à variedade de plantas, animais e outros organismos comestíveis que podem ser incorporados à nossa dieta. Inclui frutas, legumes, verduras, grãos, sementes, castanhas, cogumelos, algas, ervas, especiarias, peixes, aves, carnes e produtos de origem animal. Uma dieta rica em biodiversidade oferece uma gama mais ampla de nutrientes, antioxidantes e compostos bioativos que protegem o organismo contra doenças e promovem a saúde.

Como Promover uma Alimentação Mais Diversificada

Para reverter esse cenário, é preciso adotar medidas em diferentes níveis:

• Políticas Públicas: Incentivar a produção e o consumo de alimentos da agricultura familiar e da agroecologia, que valorizam a diversidade de culturas e a sustentabilidade ambiental.
• Educação Alimentar: Promover campanhas de conscientização sobre a importância de uma alimentação diversificada e saudável, ensinando as pessoas a preparar pratos saborosos e nutritivos com ingredientes variados.
• Acesso a Alimentos: Facilitar o acesso a alimentos frescos, locais e sazonais, por meio de feiras, mercados e programas de distribuição.
• Consumo Consciente: Escolher alimentos de origem sustentável, valorizando os produtores locais e evitando o desperdício.

Um Futuro Mais Saudável e Sustentável

A transição para uma alimentação mais diversificada e sustentável é um desafio complexo, mas fundamental para garantir a saúde da população e a preservação do meio ambiente. Ao valorizarmos a biodiversidade alimentar, estamos investindo em um futuro mais saudável, resiliente e justo para todos.