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Em Portugal, a crescente diversidade cultural apresenta desafios únicos no setor da saúde. As barreiras linguísticas, as diferenças culturais nas perceções de doença e tratamento, e a falta de familiaridade com o sistema de saúde português podem dificultar o acesso e a adesão ao tratamento por parte dos imigrantes. Para enfrentar estes obstáculos, o Instituto Superior de Ciências Sociais e da Educação (ISCTE) desenvolveu um estudo abrangente que destaca o papel crucial dos mediadores culturais.

O Papel Vital dos Mediadores Culturais

Os mediadores culturais atuam como pontes entre os profissionais de saúde e os pacientes imigrantes, facilitando a comunicação, esclarecendo dúvidas e promovendo a compreensão mútua. Eles possuem um conhecimento profundo das culturas e tradições dos imigrantes, o que lhes permite adaptar a informação e as práticas de saúde às suas necessidades específicas. Além disso, os mediadores culturais podem ajudar a identificar e a superar barreiras culturais que possam impedir o acesso ao tratamento.

O Manual de "Boas Práticas": Um Guia para a Ação

O manual de "boas práticas" do ISCTE oferece um guia prático para a implementação de programas de mediação cultural em unidades de saúde. Ele aborda temas como a seleção e formação de mediadores culturais, a definição de funções e responsabilidades, e a avaliação da eficácia dos programas. O manual também fornece exemplos concretos de "boas práticas" que podem ser adaptadas a diferentes contextos.

Benefícios para Todos

A implementação de mediadores culturais não beneficia apenas os imigrantes, mas também os profissionais de saúde e o sistema de saúde como um todo. Ao melhorar a comunicação e a compreensão mútua, os mediadores culturais podem ajudar a reduzir os erros médicos, a aumentar a adesão ao tratamento e a melhorar a satisfação do paciente. Além disso, a mediação cultural pode contribuir para a promoção da saúde e a prevenção de doenças na comunidade imigrante.

Um Passo Importante para a Equidade na Saúde

O estudo do ISCTE e o manual de "boas práticas" representam um passo importante para a promoção da equidade na saúde em Portugal. Ao reconhecer a importância dos mediadores culturais e fornecer ferramentas para a sua implementação, este trabalho contribui para a construção de um sistema de saúde mais justo, inclusivo e acessível a todos.

A iniciativa do ISCTE é um exemplo de como a investigação científica pode ser utilizada para melhorar a qualidade do atendimento à saúde e promover a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, independentemente da sua origem cultural.