Preta Gil: A Record 'Veta' a Cantora em 2004 e a Globo Recusa Investir na Carreira Dela – Uma História Quase Esquecida
A partida de Preta Gil, aos 50 anos, deixou um vazio imenso no cenário musical e televisivo brasileiro. A cantora, que lutou bravamente contra o câncer por dois anos, construiu uma carreira multifacetada, com momentos de grande sucesso e outros desafios. Uma história pouco lembrada, mas que revela um pouco da trajetória da artista, aconteceu há 20 anos, em 2004, quando Preta Gil foi praticamente “vetada” pela Record e rejeitada pela Globo.
A situação ocorreu quando a cantora, que já despontava no cenário musical, buscava oportunidades na televisão. A Record, na época, cogitou convidá-la para participar de um programa de grande audiência, mas, segundo relatos da própria Preta Gil e de pessoas próximas, a emissora desistiu da contratação alegando que a imagem da cantora “não se encaixava” no perfil do programa. A justificativa soou estranha e levantou questionamentos sobre possíveis preconceitos e discriminação.
Ainda abalada com a rejeição da Record, Preta Gil tentou, em seguida, uma aproximação com a Globo. A cantora, que já era admirada por muitos produtores e diretores, apresentou um projeto ambicioso para a emissora carioca. No entanto, a resposta foi igualmente desanimadora: a Globo, segundo fontes internas, não estava disposta a “investir” na carreira de Preta Gil na época. A cantora relatou a frustração de ter visto outros artistas, com menos talento e experiência, serem impulsionados pela emissora, enquanto ela era deixada de lado.
Essa experiência marcante, que Preta Gil raramente comentava publicamente, demonstra as dificuldades que artistas negros, especialmente mulheres, enfrentam para conquistar espaço e reconhecimento na mídia brasileira. Apesar dos vetos e das portas fechadas, Preta Gil seguiu em frente, construindo uma carreira sólida e admirada, com muita luta e perseverança. Sua voz potente, sua energia contagiante e sua autenticidade conquistaram o público e a consagraram como uma das maiores artistas do país.
A morte de Preta Gil, além da dor da perda, reacendeu a memória desse episódio de discriminação e preconceito. A história serve como um lembrete da importância de combater o racismo e a desigualdade de oportunidades na televisão e em outros setores da sociedade. A luta de Preta Gil, tanto nos palcos quanto fora deles, inspirou milhares de pessoas e deixará um legado eterno na cultura brasileira.
Preta Gil, para além da música e da televisão, era uma defensora dos direitos humanos, uma voz ativa contra o preconceito e uma inspiração para todos que lutam por um mundo mais justo e igualitário. Sua ausência será sentida profundamente, mas sua mensagem de amor, respeito e esperança continuará a ecoar em nossos corações.