Maria Luís Albuquerque Defende Bancos Globais: Portugal Precisa de Escala para Competir com EUA e China

Em entrevista recente, a ex-Secretária de Estado Adjunta e do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, defendeu a necessidade urgente de uma reforma profunda no setor bancário português, apontando a importância de instituições financeiras capazes de competir a nível global. Albuquerque evitou abordar diretamente a especulação sobre a possível venda do Novo Banco a investidores espanhóis, mas focou-se na visão estratégica de um futuro bancário português robusto e com capacidade de expansão internacional.
“Não podemos ter bancos que só funcionam nas suas fronteiras”, afirmou Albuquerque, enfatizando a importância da escala para garantir a competitividade face a potências como os Estados Unidos e a China. A ex-secretária de Estado sublinhou que o setor bancário português precisa de se adaptar a um cenário global cada vez mais complexo e exigente, onde a dimensão e a capacidade de inovação são fatores cruciais para o sucesso.
A Necessidade de Escala e Persistência
Albuquerque realçou a necessidade de uma mudança de mentalidade, apelando à persistência na busca por soluções que permitam aos bancos portugueses alcançar uma dimensão significativa. “Precisamos de escala”, reiterou, argumentando que a fragmentação do setor e a falta de investimento em tecnologia e inovação são obstáculos que precisam de ser superados.
A visão de Albuquerque alinha-se com as recomendações de diversas instituições internacionais, que alertam para a fragilidade do setor bancário português e a necessidade de consolidar as instituições financeiras para garantir a sua sustentabilidade a longo prazo. A internacionalização e a diversificação das atividades são vistas como estratégias essenciais para aumentar a resiliência dos bancos portugueses face a choques externos e a mudanças nas condições de mercado.
O Futuro do Setor Bancário Português
A entrevista de Maria Luís Albuquerque levanta questões importantes sobre o futuro do setor bancário português. A venda do Novo Banco, o impacto da digitalização, a necessidade de investimento em capital humano e a adaptação às novas regulamentações são desafios que exigem uma abordagem estratégica e coordenada.
A mensagem principal é clara: Portugal precisa de bancos fortes, competitivos e capazes de operar a nível global. Para alcançar esse objetivo, é fundamental que os decisores políticos e os líderes do setor bancário trabalhem em conjunto para criar um ambiente favorável ao investimento, à inovação e à consolidação do setor.
A discussão sobre o futuro do setor bancário português é crucial para a estabilidade económica e financeira do país. As opiniões de especialistas como Maria Luís Albuquerque, com a sua vasta experiência e conhecimento do setor, são essenciais para orientar o debate e encontrar soluções eficazes para os desafios que se colocam.