Moody's Alerta: Crescimento Econômico do Brasil Não Basta para Estabilizar a Dívida Pública

2025-06-10
Moody's Alerta: Crescimento Econômico do Brasil Não Basta para Estabilizar a Dívida Pública
Valor Econômico

A agência de classificação de risco Moody's ajustou a perspectiva do rating 'Ba1' do Brasil de 'positiva' para 'estável', refletindo uma avaliação cautelosa sobre a dinâmica da dívida pública do país. Apesar de um crescimento econômico acima do projetado, a Moody's considera que este não foi suficiente para gerar um impacto significativo na sustentabilidade fiscal do Brasil.

O Contexto da Decisão

A mudança na perspectiva do rating, anunciada recentemente, demonstra a preocupação da Moody's com a trajetória fiscal do Brasil. A agência observa que, embora a economia brasileira tenha demonstrado resiliência e superado as expectativas de crescimento em alguns momentos, a dívida pública continua a ser um desafio significativo.

Por que o Crescimento Não Suficiente?

Embora o crescimento econômico seja fundamental para reduzir a dívida pública, a Moody's aponta para diversos fatores que limitaram o impacto positivo no cenário fiscal brasileiro. Entre eles, destacam-se:

  • Gastos Públicos: A persistência de gastos públicos elevados, em alguns casos, dificulta a consolidação fiscal e a redução da dívida.
  • Reformas Estruturais: A falta de avanços significativos em reformas estruturais, como a reforma tributária e a reforma administrativa, impede o aumento da eficiência do setor público e a melhoria do ambiente de negócios.
  • Cenário Externo: A volatilidade do cenário externo, incluindo a inflação global e as taxas de juros elevadas, impacta negativamente a economia brasileira e dificulta a gestão da dívida.

Implicações para o Brasil

A revisão da perspectiva do rating pela Moody's pode ter diversas implicações para o Brasil:

  • Custo do Crédito: Um rating mais baixo ou uma perspectiva instável podem aumentar o custo do crédito para o governo brasileiro, dificultando o financiamento da dívida pública.
  • Investimento Estrangeiro: A incerteza em relação à trajetória fiscal do Brasil pode afastar investidores estrangeiros, reduzindo o fluxo de capital para o país.
  • Confiança do Mercado: A revisão do rating pode minar a confiança do mercado na capacidade do Brasil de gerir suas finanças públicas.

O Que Esperar no Futuro?

A Moody's indica que a perspectiva do rating do Brasil poderá ser elevada novamente no futuro, caso o governo brasileiro implemente medidas eficazes para controlar os gastos públicos, promover reformas estruturais e melhorar o ambiente de negócios. Por outro lado, a perspectiva poderá ser reduzida, caso a situação fiscal do Brasil se agrave.

Em suma, a avaliação da Moody's serve como um alerta para a necessidade de um esforço conjunto do governo, do Congresso e da sociedade brasileira para garantir a sustentabilidade fiscal do país e promover um crescimento econômico duradouro e inclusivo.

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