Cultura em Perigo? Associação REDE Critica a Fusão com Juventude e Desporto e Alerta para o Desrespeito à Área
A associação REDE (Rede de Apoio à Cultura) expressou profunda preocupação e descontentamento com a recente decisão do Governo de fundir a tutela da Cultura com as áreas da Juventude e do Desporto. Em comunicado, a REDE sublinha que esta medida demonstra um claro desrespeito pela especificidade e importância do setor cultural, ignorando as suas necessidades e desafios únicos.
A REDE argumenta que a gestão do setor da Cultura exige uma abordagem especializada e sensível, que não pode ser equiparada à gestão de políticas para a Juventude ou para o Desporto. Cada área possui características, públicos e objetivos distintos, e a fusão de tutelas pode levar a uma perda de foco e a uma desvalorização da Cultura.
“É inaceitável que o Governo trate a Cultura como se fosse um mero apêndice da Juventude e do Desporto”, afirma a REDE. “A Cultura é um pilar fundamental da identidade nacional, da criatividade e do desenvolvimento social e económico. Merece ser valorizada e apoiada de forma autónoma e estratégica.”
A associação REDE ressalta que o setor cultural enfrenta desafios significativos, como a falta de financiamento, a precariedade dos artistas e criadores, a dificuldade de acesso a espaços e equipamentos, e a necessidade de promover a diversidade cultural e a inovação. A fusão de tutelas, em vez de resolver estes problemas, pode agravá-los, criando obstáculos adicionais ao desenvolvimento da Cultura.
A REDE apela ao Governo para que reveja a sua decisão e garanta que a Cultura tenha a tutela e o apoio necessários para prosperar. A associação propõe a criação de um Ministério da Cultura, com responsabilidade exclusiva pela definição e implementação de políticas culturais, e a criação de um Conselho Nacional da Cultura, com a participação de representantes de todos os setores culturais.
A fusão de tutelas é vista como um passo atrás na valorização da Cultura em Portugal, e a REDE compromete-se a continuar a defender os interesses do setor cultural e a lutar por um futuro mais justo e próspero para a Cultura portuguesa.
Esta decisão levanta questões importantes sobre o futuro da política cultural em Portugal e a importância de garantir que a Cultura seja valorizada e apoiada de forma adequada.
