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A União Nacional dos Estudantes (UNE) expressou profunda preocupação e críticas à recente reestruturação do governo, particularmente no que diz respeito à ausência de um ministério dedicado exclusivamente ao Ensino Superior e à fusão do Ministério da Cultura com o do Desporto e da Juventude. Estas alterações, segundo a UNE, representam um retrocesso e ameaçam a valorização da educação, da cultura e das políticas direcionadas aos jovens em Portugal.

A ausência de um ministério específico para o Ensino Superior é vista como um sinal de despriorização da educação no topo do governo. A UNE argumenta que o Ensino Superior enfrenta desafios complexos e urgentes, como o financiamento da investigação, a qualidade do ensino, o acesso e a empregabilidade dos graduados. A falta de um ministério dedicado dificulta a articulação de políticas eficazes e a defesa dos interesses da comunidade académica.

“A criação de um ministério dedicado ao Ensino Superior era uma reivindicação antiga dos estudantes, e a sua não concretização é um desapontamento profundo,” afirmou o presidente da UNE, durante uma conferência de imprensa. “Precisamos de um ministério que se dedique exclusivamente a resolver os problemas do Ensino Superior e a garantir que a educação seja uma prioridade nacional.”

A fusão do Ministério da Cultura com o do Desporto e da Juventude também gerou grande controvérsia. A UNE teme que a cultura seja marginalizada e que as políticas culturais sejam sacrificadas em prol do desporto e da juventude. A cultura desempenha um papel fundamental na identidade nacional, na criatividade e no desenvolvimento social, e merece ser valorizada e apoiada de forma autónoma.

“A fusão destes ministérios é um erro estratégico que pode ter consequências negativas para a cultura portuguesa,” alertou a secretária-geral da UNE. “A cultura não pode ser vista como um apêndice do desporto ou da juventude. Ela precisa de ser valorizada e apoiada de forma independente.”

A UNE defende que a cultura, o desporto e a juventude são áreas importantes e complementares, mas que cada uma delas requer uma abordagem específica e um ministério dedicado. A fusão destes ministérios cria um ambiente de competição e dificulta a implementação de políticas eficazes.

A União Nacional dos Estudantes compromete-se a continuar a lutar pela defesa dos interesses da comunidade académica e pela valorização da cultura e das políticas da juventude. A UNE irá apresentar propostas concretas ao governo e irá mobilizar os estudantes para pressionar por mudanças.

As críticas da UNE juntam-se a outras preocupações expressas por diversos setores da sociedade portuguesa. A reestruturação do governo tem sido alvo de críticas generalizadas, com muitos a questionarem a sua eficácia e o seu impacto no futuro do país. A UNE apela ao governo para que reveja as suas decisões e que escute as vozes da sociedade civil.