Energia Nuclear no Brasil: Especialistas Alertam para a Necessidade de Autoridade Reguladora, e Não Apenas Avanços Tecnológicos

2025-05-29
Energia Nuclear no Brasil: Especialistas Alertam para a Necessidade de Autoridade Reguladora, e Não Apenas Avanços Tecnológicos
Adnkronos

A discussão sobre a energia nuclear no Brasil ganhou novo impulso, mas especialistas da Clini destacam um ponto crucial: a tecnologia é apenas uma parte da equação. Em entrevista, ressaltaram que o maior desafio para o desenvolvimento seguro e eficiente do setor nuclear no país é a criação de uma autoridade reguladora robusta e independente.

“Quando falamos de energia nuclear, a tecnologia é o menor dos problemas. O maior problema que temos na Itália, e que se aplica também ao Brasil, é a falta de um sistema, de uma autoridade”, afirma um dos especialistas da Clini. Essa autoridade seria responsável por supervisionar todas as etapas do processo, desde a construção e operação das usinas até o gerenciamento de resíduos radioativos, garantindo a segurança e a proteção do meio ambiente.

A ausência de uma autoridade reguladora clara e eficaz cria um ambiente de incerteza e dificulta o investimento no setor. Empresas e investidores hesitam em se envolver em projetos complexos e de longo prazo quando não há garantias de que as regras do jogo serão claras e consistentes.

No Brasil, o debate sobre a energia nuclear tem se intensificado nos últimos anos, impulsionado pela necessidade de diversificar a matriz energética e reduzir a dependência de fontes fósseis. A energia nuclear oferece uma alternativa de baixo carbono e alta capacidade de geração, mas sua implementação exige um planejamento cuidadoso e uma regulamentação rigorosa.

A experiência internacional mostra que países com setores nucleares bem-sucedidos possuem autoridades reguladoras fortes e independentes, que estabelecem padrões de segurança elevados e monitoram de perto as operações das usinas. A França, por exemplo, possui a Autorité de Sûreté Nucléaire (ASN), responsável por garantir a segurança das instalações nucleares do país.

A criação de uma autoridade reguladora no Brasil exigiria a articulação de diversos órgãos governamentais, como o Ministério de Minas e Energia, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Seria fundamental que essa autoridade fosse dotada de recursos financeiros e humanos adequados para desempenhar suas funções de forma eficaz.

Além da regulamentação, é importante investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias nucleares seguras e eficientes. O Brasil possui um potencial significativo nesse campo, com universidades e centros de pesquisa renomados. No entanto, é preciso fortalecer a colaboração entre a academia e a indústria para acelerar a inovação e o desenvolvimento de novas soluções.

Em suma, o futuro da energia nuclear no Brasil depende da criação de uma autoridade reguladora forte e independente, do investimento em pesquisa e desenvolvimento e da promoção de um diálogo aberto e transparente com a sociedade. Somente assim será possível aproveitar os benefícios dessa fonte de energia de forma segura e sustentável.

A Clini, com sua expertise internacional em energia nuclear, reforça a importância de aprender com as experiências de outros países e de adaptar as melhores práticas para a realidade brasileira. A criação de uma autoridade reguladora é um passo fundamental para construir um setor nuclear seguro, confiável e competitivo no Brasil.

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